terça-feira, 11 de agosto de 2009

Férias que se prezem são regadas à inúmeras sessões de cinema com direito a aglomerados de crianças e pré-adolescentes saltitantes em filas extensas nos corredores dos shoppings. Das inovações recentes nas salas da capital, devo dizer que adoro aquela espécie de "caixa-eletrônico de ingressos", porque, como quase ninguém ainda se arrisca a usar, é rapidinha a compra do ticket e dá para chegar em cima da hora. E odeio aquela história de lugar marcado. Eu confesso que tenho uma péssima noção das posições das poltronas na sala naquela telinha que os atendentes mostram. E eu acabo sentando em lugares diferentes dos adquiridos. E não me orgulho disso. Nem me envergonho.

Acho que no recém-acabado mês de julho as opções nos cinemas estavam péssimas. Mas nada que me afaste deles. Tinha que ser você (no original, I had to be you) foi a minha opção da última semana. Eu que sou fã assumida de bossa nova, logo me animei com a proximidade do título com "Só tinha de ser com você", do Tom Jobim ("É, só eu sei quanto amor eu guardei sem saber que era só pra você. É, só tinha de ser com você, havia de ser pra você, senão era mais uma dor, senão não seria o amor"). Porém, trata-se de uma daquelas películas que você fica com a sensação de que falta algo que não sabe o que é. Ou tem certeza absoluta do que é.

Dustin Hoffman aparece no início do longa como um desses pais desnaturados que não moram no mesmo país que a filha, mas aparece para o casamento dela. Aí ele conhece a Emma Thompsom, que tem a mãe dos telefonemas impertinentes e, por isso, engraçados, em um restaurante, depois que ele descobre que não conduzirá sua pequena criança até o altar e é informado de que perdeu o emprego. Ambos solitários, abandonados, jogados, sem esperanças. Ou seja, o roteiro já está impregnado em nossas mentes. E a gente é capaz de adivinhar o próximo passo dos protagonistas.

Eu não gostei. Não mesmo. Minhas amigas que me acompanharam na sessão choraram. Eu não. Talvez porque, como diz a personagem da Emma no finalzinho da trama, eu já esteja um pouco confortável em situações complexas e não me emocione mais nessas histórias com facilidade. Entretanto, meninas, eu tenho coração! Juro! Nenhuma cirurgia o substituiu por uma pedra.

De útil mesmo, vale ressaltar que, na caça da personagem da Emma por um vestido para o casamento da filha do Dustin, fica claro que nenhuma mulher pode viver sem um pretinho básico.