quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Pois, eis que agora, tenho uma hora marcada com você. Em meio às nossas agendas conflitantes, encontrei um momento só nosso. Domingo, às 18 horas. Todos os domingos, sempre às 18 horas. É que passamos as segundas, terças, quartas, quintas, sextas tão loucamente imersos no desejo impulsivo/compulsivo de sermos os melhores profissionais, estudantes, estagiários, atletas que poderíamos ser que não nos resta tempo; e transpomos todos os sábados na ânsia de sermos os melhores amigos para os melhores amigos que conquistamos; e domingo é tão o dia de sermos os mais fantásticos filhos, netos, sobrinhos e primos naqueles almoços de família... Então, domingo, às 18 horas, cumpridas nossas obrigações inadiáveis e devidamente adimplidas nossas dívidas, chega a nossa vez. Minha e sua. Um com o outro. É domingo, às 18 horas, o instante de percebermos que não fomos feitos um para o outro, que não temos os mesmos objetivos, que somos movidos por princípios absolutamente díspares, que carregamos valores contrapostos. E é só aos domingos, às 18 horas, que descobrimos isso, ao concluirmos que somos um desperdício um para o outro. E, agora, eu dei para te odiar. Sim! Aos domingos, às 18 horas. Porque é exatamente quando eu penso que sou um exagero para você. Porque é só então que vejo que nunca serei páreo para o seu egoísmo descontrolado. Porque apenas nesse momento tenho ciência que eu mereço alguém, no mínimo, mil vezes melhor do que você. Porque é aí que observo que o que você pretende mesmo é ser o eterno palhaço das festas. Então, eu te odeio. Tanto! Desde um domingo desses, às 18 horas. E em todos os domingos, a partir das 18 horas, esse ódio me corrói, dilacera, quando revivo seus erros, equívocos, atrasos. Nenhum dos meus compromissos da semana me degenera tanto. Nada na minha agenda é tão entristecedor quanto a minha hora marcada dos domingos. Talvez, por isso, depois de nós, durmo. Durmo bem, pois exausta. E se eu, por acaso, acabo lembrando de você no decorrer da semana, eu relevo, armo planos, planejo momentos, faço estratégias e, por fim, acabo encontrando uma imensa parcela de culpa minha em tudo o que eu não gosto em você. E eu me perco nas fotos do seu sorriso bobo, nos seus olhos fixos nos meus, na taquicardia que você me provoca ao telefone. Até domingo! Até domingo, às 18 horas, eu acho que você deve ser o que eu devo querer. E aí, por ser a nossa hora, eu te odeio outra vez.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Só fecha os olhos e me deixa te encarar sem medo. E fica mudo por uns segundos para eu congelar na sua presença. E senta do meu lado quando as pessoas começarem a dançar. E segura a minha mão no cinema. E seja meu fantoche por umas horas. E seja o meu cantor favorito no final de semana. E deixa eu brincar de ser sua personal stylist por uma semana. E viaja comigo por quinze dias sem querer conhecer o roteiro. E leia o que eu recomendar. E me abraça forte no frio. E vai embora. De vez.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Não que você precise de salvação.
Não que você mereça uma canção.
Não que você exerça a sua função.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Diz.
Mente, mas diz.
Invente, mas diz.
Berra.
Grita.
Mas diz.
Canta.
Encanta.
Diz.
Julga.
Margeia.
Falseia e diz.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Volições: que o vermelho traga a proteção profanada na doutrina esotérica da diva pop; que o Ronaldo arrase no Corinthians (e não com o Corinthians); que meu coração esteja sábio e inquiridor; que o meu ritmo esteja dentro do meu controle; que os planos para 2010 possam ser concretizados desde já!