segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Era pra ela suas melhores composições.
Era para ela que dedicava suas vitórias.
Era nela que pensava quase sempre.
Era com ela que fazia planos quase sem querer.
Era para ela que dizia “eu te amo” sem perceber.
Era para ela que desejava bom dia, boa tarde e boa noite.
Era só para ela que tinha coragem de contar suas idéias mais absurdas.
Era ela a que mais reclamava.
Era ela a que mais exigia.
Foi ela que se cansou de suas desculpas (ou da falta delas).
Foi ela que disse que não queria mais.
Foi ela que voltou atrás.
Era dos medos dela que ria descontroladamente.
Era na desorganização dela que se encontrava.
Era da coragem dela que se orgulhava.
Era nela que sempre achava defeitos.
Era ela que lhe fazia bem.
Era ela que cuidava das suas irresponsabilidades.
Era ela a incapaz de dizer um não.
Era ela a brigona, mandona, bravíssima, mimada.
Foi ela que ligou nos piores momentos.
Foi pra ela que ligou quando bebeu mais do que devia.
É dela que sente mais falta.
É dela que não queria precisar tanto.
É dela que gostaria que fossem as mensagens todas as vezes que o celular emite um alerta.
Foi dela que ouviu promessas não cumpridas.
Foram os sentimentos dela que jamais conseguiu compreender.
Foi ela que de repente pareceu ter perdido o interesse.
Foi ela que marcou o encontro.
Foi ela que o recebeu com frieza.
Era ela que não olhava nos olhos.
Era ela que não fechava os olhos quando beijava.
Foi ela que conquistou seus amigos.
Era ela que quase nunca apresentava seus amigos.
Era ela que adivinhava suas vontades.
Era ela que resolvia tudo sozinha.
Era ela que falava demais.
Era ela que se preocupava.
Era ela que vivia atrasada.
Era ela que vinha antes.
Era ela que ia além.

Foi ela que se arriscou.
Foi ela que se perdeu na própria confusão.
Foi ela que propôs um erro.
Foi ela que não suportou imaginar ser a garota certa na hora errada.
Foi ela que não se viu mais apta a jogos, orgulhos desvairados, disputas insensatas.

É ela que quer mais do que nunca se convencer que chegou o fim da linha.
É ela que tenta.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Não é romântica.
Ao menos, não é dada a grandes demonstrações de romantismo.
Mas acredita no amor.
O amor.
E chegou a acreditar que ele fosse o tal artigo definido.
Quis tê-lo pra si com a mesma vontade que tem de livrar-se de suas noites de insônia.
Desejou esquecê-lo, pois considerava absurda a forma como ele se apropriara indevidamente de seus pensamentos.
Chegou a dizer que não diria mais o quanto ele era a sua maior pretensão.
Repetidas vezes.
Enganou-se.
Não sabe se desde o princípio.
Imagina que tenha perdido. Finge crer que ele a perdeu e até mesmo que se contentaria em perdê-lo.
Contudo, não poderia perder o que nunca teve.
A bem dizer, nunca tiveram um ao outro. Fazem bem um ao outro. Mas jamais conseguiram se libertar dos medos que tinham. Pelo contrário, alimentaram-nos.
Ama-o. Ou acredita que o ama. Guia-se, muitas vezes, por isso.
Pensa ser possível. E esse pensamento é recorrente.
Não pode, todavia, suportar a eterna crise.
Mas não se desvirtua. Não olha para o lado. Não analisa como viável qualquer outra alternativa.
Talvez, porque sim: seja uma romântica inveterada. Incorrigível.