terça-feira, 4 de novembro de 2008

Não é romântica.
Ao menos, não é dada a grandes demonstrações de romantismo.
Mas acredita no amor.
O amor.
E chegou a acreditar que ele fosse o tal artigo definido.
Quis tê-lo pra si com a mesma vontade que tem de livrar-se de suas noites de insônia.
Desejou esquecê-lo, pois considerava absurda a forma como ele se apropriara indevidamente de seus pensamentos.
Chegou a dizer que não diria mais o quanto ele era a sua maior pretensão.
Repetidas vezes.
Enganou-se.
Não sabe se desde o princípio.
Imagina que tenha perdido. Finge crer que ele a perdeu e até mesmo que se contentaria em perdê-lo.
Contudo, não poderia perder o que nunca teve.
A bem dizer, nunca tiveram um ao outro. Fazem bem um ao outro. Mas jamais conseguiram se libertar dos medos que tinham. Pelo contrário, alimentaram-nos.
Ama-o. Ou acredita que o ama. Guia-se, muitas vezes, por isso.
Pensa ser possível. E esse pensamento é recorrente.
Não pode, todavia, suportar a eterna crise.
Mas não se desvirtua. Não olha para o lado. Não analisa como viável qualquer outra alternativa.
Talvez, porque sim: seja uma romântica inveterada. Incorrigível.