segunda-feira, 20 de abril de 2009


Vamos fazer um pacto? Vamos! Mas é sério. Tá bom. Não vale falhar depois. Tá. Veja bem. Já disse que sim. Então tá. Que tal envolver uma aposta? Não. Sim. Não precisa disso. Para ser mais sério. Mais sério ainda. Ok. Hum. Qual o prêmio da aposta? Não sei. Pensa aí. Aiai. Uma caixa de bombons. Ah, não! Isso é coisa de menininha. E o que nós somos? Menininhas é o que não somos. O que então? Pensa aí. Tudo eu. Já sei. Fala. Uma caixa de cervejas. Nem bebo tanto assim. Não? Tá, bebo. Pode ser? Pode. Não é muito menino isso? Nada. Bacana. Como vai ser? A primeira a ter uma recaída paga a aposta. A partir de agora. De agora? Por que? Desejo. Que desejo? Desejo, ué. Mas aí não vale. Vale. Não vale. Vale. Não sei. As regras são nossas. E ninguém precisa saber. É. Não é melhor começar logo com isso? Não. Tem certeza que é só desejo? Tenho. Nada de sentimentos? Nada de envolvimentos emocionais? Só mais uma vez. E se não der certo? A gente tem uma caixa de cervejas. É! Fechou. Aham.

domingo, 12 de abril de 2009

O Adriano quer ser feliz. Só isso. Deixemos que ele tente. O cara confessou publicamente que não está satisfeito com a própria vida. Isto é, o glamour, os milhões acumulados em vinte e sete anos, o grande clube europeu em que atua não o realizam plenamente. E isso deve ser respeitado. Se ele se debate com problemas em relação ao álcool ou se ele é viciado em drogas ou se ele regressou à favela em que foi criado não são questões relativas a nós. E ele não foi assassinado como noticiaram alguns meios de comunicação irresponsáveis na última semana. Se ele quer parar de trabalhar por um tempo, ótimo. Ele pode! Quantos de nós poderíamos nos dar o mesmo luxo? Simplesmente, dar um tempo de tudo. Ele fez por onde. Adriano nunca foi o atacante dos meus sonhos, principalmente após marcar dezessete gols pelo tricolor paulista, mas ele já chegou a ser eleito o melhor jogador de uma Copa das Confederações. E saiu cedo do país para ganhar o mundo e ser denominado de L'Imperatore. Merece consideração. Enquanto ele não perturbar a ordem pública, não nos cabe invadir a sua intimidade e julgar seus sonhos. Incumbe a cada um encontrar suas próprias respostas. Que ele logre êxito!

domingo, 5 de abril de 2009

Chegou. Não veio em uma caixa colorida ou embrulhado em papel celofane. Sem um laço magnífico, mas esteve aqui. Foi em uma noite dessas, durante a semana, trajando uma bela camisa rosa e calçando tênis transados, com pleno domínio de quatro línguas e belos olhos castanhos. Simetricamente compatível com o meu imaginário. Desses que descem do seu carro e flutuam até a outra porta para abri-la com uma naturalidade tão convincente que jogaria para longe os ideais feministas de qualquer mulher. Desses que sintonizam a rádio na mais perfeita conjugação de letra e melodia. E falam de arte com propriedade. Desses que adivinham pensamentos e têm no bolso tudo o que você pode precisar. Desses que riem e mordem os lábios. E desviam o olhar mil vezes antes de te encarar. Desses que passam os braços por seus ombros e fazem com que você se sinta a única garota do universo. Desses que te elogiam gratuitamente. Desses que te deixam tonta. Desses que você se apaixona antes de conhecer. Que você sabe que um dia encontrará. E quando se depara não sabe o que fazer. Não sabe se enfrenta. E tem um louco impulso de sair correndo. E pensa que não pode abrir mão. E sente medo de deixar de ser aquela com azar no amor. E olha pro lado. E arma um plano. E traça uma meta. E foge. Assustada. E olha pra trás, mas não consegue voltar. Porque, de repente, acha que ele é muito o que você sonhou demais. E crê que não vai dar certo, porque ele vai acabar voltando para ex-namorada de anos. Ou porque acha que ele vai te trocar ali na frente por uma outra menina mais bonita. E foge por insegurança. Porque se sente despreparada para viver uma grande história com o cara que se coaduna com o que há de melhor em si mesma. Porque apenas aposta que não é uma garota de tanta sorte assim.