domingo, 13 de setembro de 2009

Se tem algo que eu considero digno de ferrenhas críticas são aquelas pessoas que mudam quando começam a namorar. Exemplico. Minha amiga M me ligava desde segunda para tentar me convencer a sair no final de semana, em uma época que eu era mais caretinha, chatinha e preguiçosa. Eu, super legal como sou, apresentei a ela o seu atual namorado. A menina sumiu. Fica de ligar e não liga e sempre tem uma série de compromissos inadiáveis com as famílias do casal. Tem também a amiga B. B era super feminina e fashionista. Usava vestidinhos leves e alegres, fazia a make perfeita e tinha os acessórios luxuosos sonho de qualquer uma. Conheceu o atual namorado e agora só circula por aí de calça jeans e cabelo preso. Isso sem falar da K. A pobre K não sai mais de casa, porque o boy tem que morrer de estudar e ela não pode sair sozinha, pois vai que um dia ele resolve sair só também. Eu não tenho a menor paciência para nada disso. Outro dia escutei pela milésima vez que sou mandona, autoritária e mimada. E então eu não dou certo com ninguém, já que em um relacionamento é o homem quem deve estar no comando e blábláblá. Não sei se é bem assim, mas eu não faço o tipo "vou me adaptar ao seu jeito". Falta-me boa vontade para tanto. Eu tenho um ex-namorado que quis que eu mudasse muito em mim. Ele queria que eu deixasse minhas garotas companheiras de anos para me sucumbir às opiniões do amigos chatos dele. Quis que eu risse das piadas daqueles meninos. Quis que eu não desse bom dia para o porteiro do prédio ou não fosse simpática com o garçom do restaurante. Quis que eu fizesse as unhas duas vezes por semana. Quis que eu fosse sorridente em jantares em restaurantes ultrapassados. Quis que eu virasse uma adepta de filmes de super-heróis. Quis que eu engordasse uns quilos e entrasse na academia. Quis que eu me contentasse com pouco. Ou com o que o fazia feliz. Pobrezinho. Ele escolheu a mocinha errada. A senhorita aqui é muito bem resolvida e não vai fingir amor, felicidade e simpatia para agradar aos outros. Não vai se transformar em uma bonequinha com tiradas moderadas. Não porque seja auto-suficiente. Mas pela consciência de que amores vêm e vão. E o que a gente é e o que a gente quer é o que precisa permanecer e ser certo. O resto é efêmero e passa.