sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Aaaaai, dói. Infinitamente. E eu não sei a causa exata. Mas dói. Pior que o quase desmaio de outro dia. É essa tendência de quase chorar o tempo todo. De não ter mais onde se apegar. De ter o mundo ao redor, mas não querer nada do que se tem. Cada machucado, então, resolve dar as caras e dizer que não foi cicatrizado e jorra sangue por todos os lados. E inunda a sala, a cozinha, o banheiro. E arde, de repente, cada ferida. Que vontade de deitar na cama e não levantar por uma semana. Chorar compulsivamente e ligar para todas as amiguinhas de décadas. Só isso e mais nada. Desejo de chuva, vento, frio. Impulso de sair correndo pro médico e pedir um remédio para o doutor. Umas pilulazinhas que sejam. De efeito imediato. Só faz parar tanta dor. Internação, se for o caso. Eu fico na clínica o tempo necessário. Uma semana, um mês. Me seda. Me joga na UTI. Me entuba. Me coloca no soro. Mas faz parar de doer. Devolve minha saúde. Cura os meus machucados. Aplica injeções. Só me deixa boazinha outra vez. Estanca esse sangue todo. Faz um curativo que seja. Coloque band-aids coloridos. Fecha tudo isso que tá aberto. Dê sessenta e sete pontos horrorosos. Faz com que eu fique melhor. Não me deixa perder mais sangue. Não me deixa assim exposta pras bactérias, pros microorganismos, pro mundo. Cuida de mim!